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domingo, 30 de agosto de 2009

Desenvolvimento do Brasil (Petróleo)

Pré-sal

Pré-sal é a denominação da faixa de petróleo considerado de alta qualidade que se localiza na costa marinha entre os estados do Espírito Santo e Santa Catarina abaixo de uma camada de sal, a cerca de sete mil metros de profundidade. Segundo Márcio Rocha Melo, geólogo e ex-funcionário da Petrobrás, a área do pré-sal poderia ser bem maior do que os 800Km, se estendendo de Santa Catarina até o Ceará.

Geologia

De uma maneira simplificada, o Pré-Sal é um conjunto de reservatórios mais antigos que a camada de sal (halita e anidrita) neoapitiniano que se estende nas Bacias de Campos e Santos desde o Alto Vitória até o Alto de Florianópolis respectivamente. A espessura da camada de sal na porção centro-sul da Bacia de Santos é de aproximadamente 2.000 metros, enquanto na porção norte da bacia de Campo está em torno de 200 metros. A área de ocorrência conhecida destes reservatórios, segundo a Petrobras (2008), é de 112.000 km² dos quais 41.000 km² (38%) já foram licitados e 71.000 km² (62%) ainda por licitar. Este sal foi depositado durante a abertura do oceano Atlântico, após a quebra do Gondwana (Jurássico Superior-Cretáceo) durante a fase de mar raso e de clima semi-árido/árido do Neoapitiniano (1 a 7 M.a.). A análise de um perfil sísmico da Bacia de Santos nos leva a crer que existem ao menos quatro Plays na região: O primeiro referente à fase Drift (turbiditos Terciários similares aos da Bacia de Campos) acima do sal e mais três, abaixo do sal, referentes Pós-Rift (carbonatos e siliciclastos apitinianos de plataforma rasa) e ao Sin-Rift (leques aluviais de conglomerados). Em todos os casos a rocha-geradora é de toda a costa Leste brasileira, a Formação Lagoa Feia. Quando se fala do “Cluster Pré-Sal” na Bacia de Santos, as descobertas foram realizadas no Play Pós-Rift em grandes profundidades com lâminas d’água superiores a 2.000 m e profundidades maiores que 5.000 m, dos quais 2.000 de sal. As rochas geradoras são folhelhos lacustres da Formação Guaratiba (do Barremiano/Aptiano e COT de 4%). O selo são pelitos intraformacionais e obviamente o sal. A literatura científica afirma que os reservatórios encontrados são biolititos cuja origem são estromatólitos da fase de plataforma rasa do Barremiano.

Extração

A Petrobras afirma já possuir tecnologia suficiente para extrair o óleo da camada. O objetivo da empresa é desenvolver novas tecnologias que possibilitem maior rentabilidade. Em setembro de 2008, a Petrobras começou a explorar petróleo da camada pré-sal em quantidade reduzida. Esta exploração inicial ocorre no Campo de Jubarte (Bacia de Campos), através da plataforma P-34.

Um problema a ser enfrentado pelo país, diz respeito ao ritmo de extração de petróleo e o destino desta riqueza. Se o Brasil extrair todo o petróleo muito rapidamente, este pode se esgotar em uma geração. Se o país se tornar um grande exportador de petróleo bruto, isto pode provocar a sobrevalorização do câmbio, dificultando as exportações e facilitando as importações. Fenômeno conhecido como "mal holandês", que pode resultar no enfraquecimento de outros setores produtivos como a indústria e agricultura.

Administração

O governo considera criar uma nova estatal para administrar os megacampos, que contrataria outras petrolíferas para a exploração, isso porque os custos de exploração e extração são altíssimos. Os motivos alegados no governo para não entregar a região à exploração da Petrobras são a participação de capital privado na empresa e o risco de a empresa tornar-se poderosa demais.

Manifestantes protestam durante lançamento do pré-sal; ministro considera manifestação "tímida"


A cerimônia de apresentação da proposta de marco regulatório para a exploração do pré-sal, nesta segunda-feira (31), em Brasília, contou com uma manifestação do grupo ambientalista Greenpeace.

Logo no início do discurso do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), dois manifestantes subiram ao palco segurando uma faixa com os dizeres: "Pré-sal e poluição, não dá pra falar de um sem falar do outro". A faixa foi entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Depois de descerem do palco, outros três manifestantes continuaram segurando faixas com a mesma frase, logo à frente das autoridades e convidados presentes ao Centro de Convenções Ulysses Guimarães, local do evento.

A manifestação ocorreu de forma pacífica, sem que a segurança se exaltasse para retirar os ativistas do local.

O ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) considerou a manifestação "tímida". "Vocês sabem que eu fiz várias manifestações dessas né? Acho que foi um pouco tímida. Podia ser com palavras diferentes, mais coloridas, podia falar do carbono... mas a manifestação é ótima, porque o petróleo traz mesmo riscos ao meio ambiente. Aliás, estamos concluindo o mapeamento da sensibilidade do litoral brasileiro ao óleo", disse o ministro aos jornalistas.

Minc comemorou a inclusão do meio ambiente como uma das áreas a serem atendidas pelos recursos do fundo social que deverá ser criado com recursos do pré-sal. "Conseguimos uma boa vitória, porque o meio ambiente não estava formalmente dentro do fundo e o presidente incluiu o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável. Garantia absoluta não existe, mas o importante é ter recursos para investir em tecnologia e energia alternativas e em educação ambiental".

O protesto do Greenpeace durou até o término do evento. Pouco antes de os manifestantes subirem ao palco, o presidente Lula assinara as quatro propostas que deverão ser debatidas pelo Congresso Nacional, para criação do marco regulatório do pré-sal. Também entregara ao presidente da Câmara uma miniatura de um barril de petróleo.
 
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